quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Cacimba Quântica?

Oi, pessoal.

Depois da derrocada do Alfândega do Fim do Mundo (que não apaguei, aliás nada apago nesta vida; lá haverá mais inserções, só não sei quando) resolvi fazer algo mais informal, consequentemente menos formatado e, por conseguinte, mais politicamente incorreto.

Algo mais ao meu estilo.

Mas vocês devem estar se perguntando o que o maluco do Joeldo quis dizer com essa expressão "cacimba quântica".

Em Física Quântica, um poço quântico é um encontro de materiais semicondutores que funciona como uma "armadilha", como um poço, que prende o elétron e o segura dentro dele. Então ele forma lá dentro uma onda estacionária (assim como o som da nossa voz, que ecoa repetidas vezes quando falamos dentro de um poço) e devido à natureza quântica do elétron, eventualmente ele escapa do poço, mesmo sem ter energia suficiente para sair dele.

Esse processo pode produzir luz e é usado em LED's e emissores de Laser.

E o que tem isso de interessante ou útil? Bom, a sorte e a inteligência são nossas aliadas e podem nos ajudar a escapar de armadilhas sem saída. Se isso é algo que acontece corriqueiramente na Física Quântica, também pode ocorrer no mundo real. Eu vi essa analogia no fenômeno. Mas perdoarei àquele leitor que não enxergar correlação coisíssima nenhuma entre o mundo quântico e o real.

Mas o mundo quântico não é real?

Depende do que entendemos por "realidade". Se é aquilo que podem apreciar os nossos sentidos, então estamos bem longe dela. O tecido da realidade é feito de fios que não podemos ver, nem tocar - são as forças de interação atômicas e subatômicas.

A colher não existe. A armadilha, frequentemente, também não. Apenas pensamos estar nela.

Em tempo: "cacimba" é uma palavra que vem do dialeto Kimbundo (ki'xi'ma) e em várias regiões de Angola e do Brasil (incluindo o Ceará de onde vim) significa simplesmente "poço de água". Foi meu jeito de nordestinizar a Mecânica Quântica. Cacimbas, portanto, são coisas muito importantes para a sobrevivência das populações, lá de onde vim.

Evitem, no entanto, cair nelas.

É isso aí.

8 comentários:

  1. Olá querido...

    Que delícia de lugar esse seu novo blog!
    Tenho que discordar de você quanto à derrocada da Alfândega... Aquele é um cantinho muito querido que não deve mesmo ser apagado. Ali estão pérolas que você escreveu e descreveu com maestria. Mas, são histórias, acontecimentos do dia a dia.
    Aqui está você! Complicado e tão simples de se entender. Importante para a sobrevivência mas sem armadilhas. Com esse seu jeito tão peculiar de ser e de pensar e a sua inteligência privilegiada. Essa sua comparação à primeira vista tão sem propósito, tão difícl de entender (afinal quantas pessoas entendem física quântica?) se torna tão clara com o desenrolar do texto. E aí podemos conhecer seu pensamento a respeito dessas "armadilhas"... rsrsrsrsr
    E muitas vezes caímos numa delas pensando, sonhando imaginando coisas que na realidade não existem... E o tombo é tão grande que nos leva mesmo ao fundo do poço!! Obrigada pelo novo blog, por ser tão transparente e mais ainda pelo conselho!!! Vamos evitar as "Cacimbas" !!!!! kkkkkkkkk

    Parabéns querido. Te admiro demais.
    Beijos
    Lygia

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  2. Olá, Lygia!

    Acho que derrocada foi um termo forte, mas crise de criatividade é algo bem apropriado para descrever certas síndromes que me acometem, como a paralisia digital... Editar o Alfândega me deu um pouco de LER cerebral, que tento remediar escrevendo sobre outras coisas.

    Confeso que, mesmo tendo estudado Física Quântica na faculdade, até a edição deste primeiro texto eu não tinha uma definição clara do que era uma Cacimba Quântica. Nem a tenho ainda, mas já tenho uma ideia.

    Não quero que a Cacimba seja vista como algo apenas negativo. Muitas armadilhas há que nelas caíssemos por vontade, a ponto de nos recusarmos a sair delas.

    Então a Cacimba Quântica também pode ser o universo de fantasia em que nos metemos quando entramos em um novo relacionamento, um novo emprego, uma nova sociedade.

    É necessário, antes de cairmos nela, que saibamos que ela não existe na realidade, e que é possível sair dela mediante uma mudança de paradigma. Se não há um nível de esclarecimento suficiente para tal, melhor que evitemos cair nela mesmo.

    Entendeu? Não, né? Mas seu comentário traduziu isso com clareza.

    Beijos e também te admiro em demasia.

    Joeldo

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  3. Mizifio, já que a cacimba é a referência ao poço quantico que apreende um determinado eletron, você poderia ter feito uma analogia mais escatológica do fato chamando seu blog de xoxota quantica (ela aprisiona algo também, porque não?) ou reto quantico!! Mas concordo com a nordestinilização da coisa. Otimo blog.

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  4. Documentador,
    Os nomes que você sugeriu são bons mas preciso lembrar que pode haver crianças frequentando o blog. Mesmo no politicamente incorreto, há alguns limites.
    Mas cacimba é bom, dá água fresca, no meio dessa secura que é a falta de assunto da maioria dos blogs, que são meramente fotologs visuais.
    Vamo jogar essa turma toda no fundo da cacimba quântica, pra provarem água boa.
    Abraços!

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  5. Olá Joeldo gosto do alfândega mas essa Cacimba Quântica gostei demais, espero que poste mais textos tão engraçados e envolventes como os que li aqui. vlw mah!

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  6. Obrigado, Juninho. Como deve ter percebido, já faz algum tempinho que não posto novos textos aqui, mas vou retomar. Abraços!

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  7. Oi Jo, Depois de tempos deu saudades de ler um pouco de vc, mas a alfândega está "temporariamente fora de serviço"...rs então corri aqui...kkk
    Olha, na realidade não entendo nadinha de Física Quântica...rs, mas concordo com a Lygia que com sua inteligência privilegiada vc vai escrever textos maravilhosos sempre sobre qualquer assunto. Só espero que volte a escrever, pois pelo que vi, faz bastante tempo que não escreve nada. Bjus

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  8. Olá Márcia, tudo bem?

    Vou sim tentar voltar a escrever aqui e na Alfândega, e conto com a apreciação sua e de tantos bons leitores e observadores que frequentam aqui.
    Saudades suas também, dê notícias.
    Beijos.

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